Em Provérbios 30:7-9 e em I Timóteo 6:8-10 encontramos aquilo a que poderíamos chamar uma filosofia de vida cristã. O crente deve possuir uma visão diferente da do incrédulo em relação ao valor das coisas com as quais tem de lidar no seu dia-a-dia. Na escala de prioridades daquele que teme ao Senhor as coisas espirituais, a comunhão com Deus, o amor e um saudável relacionamento com os seus semelhantes devem estar acima de qualquer ambição ou desejo material. Não há valor algum que pague ou substitua a paz de espírito proveniente duma vida orientada para as coisas que são eternas e glorificam a Deus. Em contrapartida, a busca obsessiva das riquezas materiais, efémeras e ilusórias, não só constitui um tremendo e inglório desperdício de energias, as quais deveriam ser canalizadas para fins mais elevados e duradoiros, mas também revela uma certa insensatez e embrutecimento por parte do homem (Mateus 6:19-21).
Tanto a riqueza, como a pobreza são situações perigosas e constituem fortes tentações para o cristão. A riqueza pode levar o crente a envaidecer-se e a esquecer a sua total dependência da providência de Deus, pensando ser ele o senhor do seu próprio destino, ou ter alcançado todos os bens devido unicamente à sua inteligência e às suas capacidades naturais, ignorando que até isso é dom de Deus. Atitude que impedirá qualquer sentimento de gratidão para com o Senhor. Em oposição, a pobreza também constitui um perigo por levar o crente ao desânimo e ao desespero suscetíveis a um afastamento dos caminhos retos e legítimos, gerando até nele pensamentos e palavras blasfemas para com o Altíssimo.
Por isso, aquele que é verdadeiramente sábio contentar-se-á com o pão quotidiano, sendo essa a porção que o seu coração deseja e pede para si ao Senhor (Mateus 6:11).