O maestro brasileiro Percival Módolo, numa
palestra proferida aquando de um encontro de líderes Evangélicos realizado há
poucos anos atrás, disse a dado momento:
“Uma forma litúrgica estranha, muito comum
nas igrejas hoje em dia, é o chamado Momento de Louvor.
Um grupo de pessoas vai à frente, jovens que sabem tocar alguns instrumentos e
cantar, e por 40 minutos apresentam uma série de músicas. E para piorar, o
líder do grupo, sem nenhuma formação teológica, começa a doutrinar a Igreja,
falando sempre entre 4 a 5 minutos antes ou depois de cada música. Ele explica
como é que age o Espírito Santo, como é o plano de Deus, como a gente deve se
comportar e como a Igreja deve fazer. Esse doutrinamento com música está sendo
absorvido indelevelmente, independente do que o pastor disser mais tarde… A
Igreja está perdendo a sua identidade. Tanto faz para o jovem ir à sua Igreja
ou ir à comunidade “não sei o quê”. Porque em ambas ele canta a mesma música
repleta de mentiras teológicas, sem aprofundamento bíblico. Os seus cânticos
são sempre vazios e falam de alegria e euforia. Há pelo menos um deles que
fale: “Se temos
de perder os filhos, bens, mulher, embora a vida vá, por nós Jesus está e
dar-nos-á Seu Reino”, como Lutero fazia?... A nossa igreja deixou de cantar
essas coisas. Não admira o esvaziamento doutrinário da atualidade. Por isso,
começamos dizendo que não achámos que o problema é a música: achamos que a
música é o sintoma do problema. O problema é muito maior que a música. É
teológico e doutrinário. Tem se refletido na música, mas é muito mais sério…”
Transcrevemos estas palavras do conceituado
maestro evangélico brasileiro, para nossa reflexão e para que, evitando as
derrapagens doutrinárias provenientes da ingenuidade ou leviandade de certas
lideranças eclesiásticas, não caiamos no mesmo erro litúrgico nos nossos
cultos.