Se ao menos pudéssemos ter um vislumbre de como é vão tudo o que os homens dizem e fazem no seu ódio contra Deus, ou mesmo na sua indiferença para com Ele: um ódio e uma indiferença que nos nossos dias têm atingido uma dimensão impressionante. Que devemos nós pensar de tudo isso? Afligimo-nos, entristecemo-nos, trabalhamos, combatemos, experimentamos todos os meios de defesa e até de contra-ataque… É humano, talvez até seja útil! Por vezes oramos também. Orar é, por certo, o melhor que temos a fazer, sobretudo quando o fazemos num lugar secreto, na intimidade da nossa comunhão com Deus.
Mas, para ser sério e eficaz, tudo o que
podemos dizer e fazer tem de ser empreendido na convicção profunda de que o
ódio e a indiferença do homem para com Deus são apenas coisas vãs e nada mais.
Sem uma tal convicção ficaremos numa posição muito ingrata com todos os nossos
lamentos e queixas, com todas as nossas censuras e ataques.
Como chegar, porém, a uma tal convicção? Só
há um caminho: temos de compreender os ateus melhor do que eles próprios se
compreendem a si mesmos.
Temos de reconhecer que a incredulidade faz
parte da nossa natureza decaída e só um milagre da Graça Divina, só a luz do
Espírito de Deus pode desfazer as espessas trevas da nossa mente e esmiuçar
toda a dureza do nosso coração impenitente!
Um milagre que Deus já realizou e
continuamente realiza em nós. Um milagre que tem de ser visível no nosso
quotidiano, a fim de que no meio de nós o Senhor opere igual milagre na vida
daqueles que nos rodeiam.
Temos nós consciência desta realidade?