As igrejas têm-se deixado influenciar pelo
sentimentalismo que suscita a permissividade. Ao erguerem a tolerância e o
pluralismo ao grau de regras supremas, os Cristãos acabam por desprezar e
denegrir a disciplina eclesiástica. Em nome do “amor” mal compreendido, as
igrejas preferem guardar o membro gangrenado, mesmo sabendo que correm o risco
de fazer perecer o corpo todo.
O pastor Olivier Favre, ao referir-se a este
tema, escreve em forma parabólica: “que diríeis do amor que para convosco
testemunharia um médico que recusasse amputar-vos o braço gangrenado devido à
grande afeição que tinha para com esse braço?”
Tal como o pastor Favre, também nós pensamos
que o maior obstáculo ao exercício da disciplina eclesiástica reside na falta
de amor para com a Igreja de Jesus Cristo e para com Deus que A salvou. Por
isso, se quisermos renovar a prática sadia
da disciplina eclesiástica devemos esforçar-nos por redescobrir o carácter de
Deus e os Seus atributos.
O Deus da Bíblia é três vezes SANTO,
perfeitamente JUSTO e IMUTÁVEL. Um Deus que não tolera o pecado,
nem o pecador rebelde, mas que dá graça aos humildes, a todos os que se
arrependem e se voltam para Cristo com fé verdadeira.
Na Sua graça para connosco, este Deus Santo,
Justo e Bom que nos salvou, também nos agregou a igrejas locais, dando-nos
através delas os meios espirituais de que necessitamos para o nosso crescimento
e aperfeiçoamento segundo a imagem do Seu Filho. Um destes meios chama-se
“disciplina eclesiástica” pela qual somos todos exortados e admoestados a fim
de vivermos cada vez mais, tanto individual como coletivamente, em conformidade
com a vontade de Deus, perseverando até ao fim na fé uma vez dada aos santos.