Nalgumas das cartas
ás igrejas da Ásia, o Senhor Jesus alerta os pastores e as respetivas igrejas
para o perigo da infiltração nicolaíta no seu seio (Ap.2:6, 14-16,20-24). Em
que consistia tal perigo? Essencialmente numa conformação com a sociedade pagã no
meio da qual vivia a igreja. Algumas igrejas tinham-se deixado seduzir pelas
filosofias em voga no império romano e pensavam que o ser cristão não implicava
um corte radical com a vida passada e com toda a idolatria e licenciosidade
carnal. Tal pensamento e tal vivência eram abomináveis aos olhos de Deus.
Infelizmente, a tendência nicolaíta, revestida de roupagens modernas, é bem
evidente nas igrejas dos nossos dias. Quantas cuidam ser cristãos, querem ser
membros ou são já membros das igrejas, e vivem no seu dia a dia plenamente
conformados com as tendências modernas deste mundo, em total oposição á vontade
revelada de Deus para a vida humana, nomeadamente nas áreas das relações
familiares, laborais e profissionais. Para já não falarmos daqueles que
procuram conformar os cultos que tributamos a Deus com modas e tendências do
mundo, modas e tendências inspiradas por Satanás e segundo as inclinações
perversas da carne. Assim encontramos em lugares ditos "evangélicos"
uma atmosfera de "culto" que em nada difere das discotecas e doutros
lugares onde reinam a carne e o pecado. Vemos "pastores",
"bispos" e autodenominados "apóstolos" praticarem rituais
de magia e de influência pagã ou espírita com "roupagem bíblica"... O que não deve deixar de ser abominável aos olhos do nosso Deus, o Qual é
infinitamente SANTO! Corno estamos a reagir a toda esta infiltração satânica?
Corno a igreja de Éfeso? Ou como as igrejas de Pérgamo e Tiatira?
Toda a nossa miséria provém de não querermos entregar o nosso caminho ao Senhor. E isto porque ignoramos quem Deus é; ignoramos o Seu poder e a Sua soberania sobre tudo e sobre todos. Não reconhecemos que Ele é o Deus vivo e tem o poder de cumprir infalivelmente todos os Seus desígnios. Assim, as nossas orações tornam-se monólogos, palavras proferidas no vazio ou no incerto. Não admira que tenham tão pouca força, e que a nossa vida seja tão raquítica e fútil em termos espirituais. Quando oramos esquecemos com frequência que não estamos a dirigir-nos a um nosso semelhante, mas sim Àquele que é Senhor nos céus e na terra. Orar é falar com o REI! Infelizmente, os homens não cessam de tentar rebaixar Deus ao nível deles. Querem um “Deus” que esteja ao serviço deles, que lhes faça todas as vontades e satisfaça todos os desejos do seu coração e da sua carne. Por isso, o mundo está como está, na miséria e no aviltamento. E, no entanto, se Deus fosse cruel e não nos amasse bast