O dilema que se coloca às nossas igrejas é como conciliar as mudanças necessárias e inevitáveis devido ao avançar dos tempos e das gerações, com a manutenção da ordem e do nível espiritual quer nos cultos, quer na vivência individual e coletiva dos crentes.
Isto porque todos nós vemos que aquilo que atualmente se denomina mudança traz consigo uma enorme carga de decadência e degradação quer espiritual, quer ética, quer cultural.
Com efeito, o nível espiritual das nossas igrejas tem vindo a degradar-se abruptamente devido às inúmeras mudanças que têm sido feitas nos últimos anos. Embora tudo isto seja mais notório na forma como é prestado o louvor a Deus nos cultos públicos, não deixa de ser igualmente visível em todas as restantes áreas do culto, nomeadamente na exposição da Palavra de Deus ou prégação do Evangelho. Falta seriedade e profundidade, há muita leviandade e ligeireza, brinca-se com as coisas sérias, mesmo com textos bíblicos, não há respeito, nem reverência para com o Senhor. Muitos vêm para o culto na casa de oração como quem vai para a praia ou fazer campismo… As mentes são “profanas”, incapazes de qualquer sentido do “sacro”, de qualquer expressão reveladora do temor devido a Deus.
O que torna tudo ainda mais dramático é vermos que não são muitas as reações no nosso meio a toda esta decadência. Pelo contrário, há como que um conformismo generalizado, que nalguns casos se aproxima de um certo fatalismo: “São os tempos, e temos de nos adaptar a eles…”
Que Deus nos livre do fatalismo, para que possamos confiar sempre na Sua providência.