A palavra “Baptista” usada para designar uma denominação Cristã é de origem relativamente moderna. No entanto Zwínglio, o Reformador suíço, usava já este termo para apelidar aqueles que se opunham ao baptismo infantil e defendiam que só os crentes deviam ser baptizados. Os anti-pedobaptistas de Inglaterra só adoptaram o termo “Baptista” como distintivo da sua denominação no século XVII.
Ainda que o seu nome seja novo, o tipo de vida cristã e a organização eclesiástica que o nome “Baptista” designa hoje é tão antigo quanto o Cristianismo mesmo. Que as igrejas Baptistas estão em tudo de conformidade com a norma apostólica é geralmente admitido pelos estudantes imparciais do Novo Testamento. Há praticamente unanimidade de opinião entre os eruditos das diferentes denominações históricas no tocante à conformidade dos Baptistas com a organização e ordenanças das Igrejas do Novo Testamento. Contudo, as opiniões divergem sobre se os preceitos e exemplos do Novo Testamento são exigidos aos Cristãos em todas as gerações.
Desde os tempos apostólicos foram inúmeros os erros que invadiram as Igrejas Cristãs… Em nenhum outro ponto, porém, foram as heresias mais persistentes do que em relação à doutrina do baptismo. Desde os tempos mais recuados sempre houve entre os Cristãos quem se opusesse tenazmente ao baptismo infantil, insistindo no baptismo mediante pública profissão de fé e por “imersão”, como a própria palavra grega ensina. Desde o segundo século que encontramos inúmeros focos de resistência contra as crescentes inovações que iam sendo introduzidas na Igreja oficial. Um dos grupos que maior resistência ofereceu foi denominado “Anabaptista” (embora este termo englobasse os grupos mais díspares, alguns deles também hereges em relação a outras doutrinas bíblicas).
No século XVI os “Anabaptistas” mais sérios e consistentes na doutrina tinham muito de comum com os Baptistas de hoje.
Devido às circunstâncias, a primeira Igreja Baptista inglesa, e no mundo, foi organizada, não na Inglaterra, mas na Holanda. John Smyth era homem fervoroso e para escapar a uma perseguição religiosa refugiou-se na Holanda. Aí, entre a população de língua inglesa ele se sustentou como médico. Ao estudar o Novo Testamento, Smyth chegou à conclusão de que o baptismo infantil era contrário aos ensinos de Cristo e que uma Igreja, para ser verdadeiramente bíblica, devia ser uma igreja local autónoma, totalmente separada do Estado, e compor-se exclusivamente de crentes regenerados, baptizados mediante profissão de fé. Assim, em 1609, foi organizada, em Amesterdão, a 1ª Igreja Baptista no mundo.
Mais tarde, sob a liderança de John Latrop, pastor de uma Igreja Congregacional em Londres, um grupo de membros dessa igreja adoptou também ideias anti-pedobaptistas, e em 1633 organizou na cidade londrina uma outra Igreja Baptista. Esta seria a 1ª Igreja Baptista Particular, assim chamada por defender a linha teológica denominada Calvinista. Os Baptistas Particulares (havia igualmente Baptistas Arminianos, denominados “Gerais”) organizaram a sua primeira Associação de Igrejas em 1653, e tiveram em Londres a sua Assembleia Geral em 1689, donde saiu a Confissão de Fé Baptista londrina, que ainda hoje é adoptada por muitas igrejas Baptistas no mundo.
(Adaptação de um texto de H.H.Muirhead)
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