Tertuliano, um dos primeiros grandes teólogos
da Igreja, afirmava: “Após Jesus Cristo nós não temos necessidade alguma de
especular; conhecendo o Evangelho não temos necessidade de procurar para além
dele seja o que for. Quando cremos n’Ele não temos necessidade de crer em
qualquer outra coisa, pois então creremos que não há nada mais em que possamos
crer.”
Não se trata aqui de uma submissão formal à
Escritura. Para Tertuliano é Cristo Quem, na Escritura, revela o “sistema” da
Verdade que os homens devem crer. Devemos buscar apenas aquilo que Cristo
ensinou… A busca da verdade não faz qualquer sentido, e é totalmente vã, a
menos que seja feita à luz dos ensinos ministrados pelo próprio Deus na Sua
Palavra, a Escritura Sagrada.
Ainda para Tertuliano, “o nosso Senhor,
quando viveu neste mundo, Ele mesmo declarou Quem era, como Ele cumpria a vontade
do Pai, bem como os deveres que Ele ordenava aos homens”.
Uma das ideias fundamentais da Reforma do
século XVI é a de que o homem é, precisamente, aquilo que Deus em Cristo,
na Escritura, diz que ele é.
De facto, tudo quanto a Escritura revela acerca
do homem e de Jesus Cristo é a única base para o conhecimento humano, se ele
quiser firmar-se na verdade e não nas especulações da mente entenebrecida dos
homens. Assim, para sabermos quem somos na verdade, e também Quem Deus é, temos
de ir às Escrituras colher os Seus ensinos e revelações, pois só a Palavra de
Deus nos dá o verdadeiro conhecimento e sabedoria.
Eis a razão pela qual o temor a Deus, que
implica fé em Jesus Cristo, Autorrevelado na Bíblia, é o princípio da
sabedoria.
E nós? Será que ainda
buscamos nas cisternas rotas da nossa imaginação e das filosofias e religiões
humanas, aquilo que só podemos conhecer quando nos submetemos à Revelação de
Deus nas Escrituras?