A sociedade contemporânea sofre a influência
daquilo a que poderíamos chamar uma “revolução comercial”. No mundo moderno o
que importa é o estilo, a aparência, o exterior. É a imagem, a embalagem que
conta ou que pesa substancialmente na escolha do que se adquire.
Este um sintoma inquietante, revelador da
superficialidade, da leviandade e da profunda ignorância em que vive grande
número dos nossos contemporâneos. No entanto, este sintoma é indiciador de algo
muito mais grave quando se deteta no seio dos próprios crentes.Recentemente, fizeram-se estudos nos Estados Unidos sobre as reações dos crentes à prégação do Evangelho. Qual não foi o espanto ao verificarem que o importante para a maioria dos inquiridos não era o conteúdo da mensagem, mas sim o estilo em que era apresentada, nomeadamente, se o prégador sorria muito e contava histórias divertidas… Quanto ao que ele dizia davam pouca importância.
Eis um inquérito que veio demonstrar a gravidade da moléstia que afeta as igrejas Evangélicas no mundo, pois pensamos que na Europa e em Portugal o resultado seria semelhante. Como consequência, a vivência dos cristãos deixou de ter a força necessária para ser o sal da terra e a luz do mundo. Agora o sal é insípido e a luz é tão ténue, quando ainda existe, que não alumia nada, nem ninguém.
Infelizmente, muitos pregadores apercebendo-se desta realidade, em vez de remarem contra a corrente e procurarem exortar o povo a uma vivência mais profunda e real da fé Cristã, aproveitam a maré da facilidade e nadam ao sabor da corrente.
Não admira que à nossa volta pululem “igrejas” que se definem pela superficialidade e leviandade com que encaram a prática da fé Cristã: tudo é facilidades, o caminho sempre largo e sem obstáculos… o que importa é rir, folgar e saltar! Não há tempo para pensar seriamente no Evangelho, nas Suas exortações e na vivência que Ele requer a fim de sermos discípulos de Jesus Cristo.