Uma das virtudes do ser humano é a sua grande capacidade de adaptação às mudanças e novidades, seja em que área for da sua vida ou mesmo à sua volta na sociedade, no emprego ou na família. Mas como tudo, ou quase tudo na vida, também esta virtude pode adquirir uma faceta negativa e transformar-se num perigoso e fatal defeito. Tal como nos descreve genialmente, e de um modo alegórico, o grande dramaturgo Ionesco na sua peça intitulada “O Rinoceronte”, a capacidade do homem para admitir primeiro, aceitar depois como normal e por fim aderir euforicamente a situações e atitudes reprováveis e escandalizantes à partida, deixa-nos perplexos e prenuncia o fim da nossa civilização. Infelizmente, esta realidade parece ser intrínseca ao homem e reflecte-se na sua vivência espiritual, nomeadamente na igreja. Surgem primeiro atitudes e situações no culto e no louvor que escandalizam e provocam uma reacção de repúdio generalizada da parte de crentes fiéis ao Senhor. No entanto, tais atitudes e situa